segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A música e a Psique(ê)!

Aluguei por esses dias um documentário a respeito do Macalé, chama-se “JARDS MACALÉ – UM MORCEGO NA PORTA PRINCIPAL” e hoje mesmo eu ouvi incessantemente  um disco do Tom Zé “TODOS OS OLHOS” de 1973. Qual a semelhança entre os dois? O Simples fato de serem ultras originais, nada nem ninguém se compara a esses e alguns outros seres da música brasileira. Tendo em vista que a originalidade surge da personificação de seu DNA, ou seja, é a transfiguração da sua personalidade, do seu “Self” e daí vem a Psique, podemos dizer que as melhores criações são, então, as criações originais. Mas como criar algo original em um mundo tão globalizado, tão cheio de informações que, mesmo que você não queira, acabam massificadas dentro da sua cabeça? Eis o desafio, por isso pessoas como Macalé e Tom Zé são tão geniais, conseguir abstrair o seu entorno e persuadir as informações que brotam dos seus âmagos é tarefa de Semi Deus. Eros se apaixona por Psiquê e casa-se com ela sob uma única condição: “Não tente ver o meu rosto, não podes saber quem eu sou!” Psiquê se apaixona por Eros e quando trai sua confiança, ao desvendar seu rosto, cai em uma desgraça sem fim, passando por diversas situações assombrosas para tentar reaver seu amor. Percebeu? A paixão vem de dentro, Psiquê não precisou saber quem era o seu marido para se apaixonar, mas, ao se entregar a curiosidade, perdeu o que tinha de melhor. Com a música funciona assim também, resista a apegos externos, deixe fluir seu sentimento e o aceite, a música soará natural e originalmente.
Abs.

Paulo Luz

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